quarta-feira, 11 de julho de 2012

É melhor tê-lo como um amigo





Eu amava o seu sorriso, porque isso me fazia feliz;
Adorava as suas mãos, porque quando você me abraçava eu sentia segura;
Eu amava a sua voz, fazia com que iluminasse meu dia inteiro;
Eu amava seus abraços - porque eles me faziam sentir especial;
Mas acima de tudo eu amava seus olhos, porque quando eu olhava para eles eu me via dentro deles.

Isto descreve exatamente como me sentia quando estava com você o que era tudo, bonito, agradável, engraçado, compreensível, doce....
Como cada toque fazia meu coração bater acelerado, mas também quanto doía, porque ele não era meu.
Como eu queria ficar em seus braços para sempre, mas não posso. Me fazia sentir como se fosse a única garota no mundo, quando ele sorria para mim, e como isso hoje me machuca por estarmos separados, pois tudo o que eu sonhei na minha vida em compartilhar minha vida com ele foi em vão. Eu não me importaria se eu não fosse a primeira garota que ele amou. Eu só queria ser a última.
Queria dizer a ele exatamente como eu me sentia, mas me recuso com medo de que estrague tudo.
É melhor tê-lo como um amigo do que não tê-lo em nada.


Texto adaptado do blog:O amor
J.

Em que gaveta você guardou a sua saudade?



 Quando me mandavam arrumar o quarto para mim era sinônimo de perder horas e mais horas jogando papel e outras tranqueiras no lixo e deixar de fazer alguma coisa mais legal. Por outro lado, minha arrumação era meio de relembrar coisas que já estavam esquecidas, e esse meio tempo foi ficando cada vez mais raro enquanto eu crescia, já que minha mãe dava um jeito de juntar tudo e esconder de uma forma que eu nunca conseguiria achar de novo. Só que hoje eu tive a obrigação de arrumar o quarto e me deparei com lembranças e mais lembranças

     O curioso do quarto é que ele é o lugar da casa que mais guarda segredos e histórias não visíveis a qualquer um. A gente abre a gaveta e joga um amor, abre uma caixa e revive umas cenas que a gente nem lembrava mais. Arrumar o quarto é meio que se atracar com o seu passado num estado de amor platônico. Você ri do nada e sua mãe te olha com uma cara meio desconfiada. Você encontra rostos conhecidos e alguns que se perderam por aí faz tempo. O coração aperta, não aperta? São letras de mãos que contam mais que histórias: contam quem você é, foi ou deixou de ser de alguma forma. A composição do meu guarda-roupa é meio que assim: passado, presente, futuro e o que eu nunca vou deixar de esquecer.

     A parte divertida de você relembrar de tudo é que você se analisa, vê o que mudou depois de tempos. Eu esbarrei numa foto minha com minha prima e percebi de cara que tava dando importância a coisas de pouca insignificância. Reencontrei um ex-namorado e ele vai bem. A cara de angústia dele já estava ali e a gente é que não via. Senti vontade de ligar para alguns amigos e é exatamente isso que você deveria fazer quando sentisse essa vontade. Deixei pra lá e a saudade bateu de novo. Se você agarrar a saudade na hora que ela vem, não é tão piegas assim. Saudade presa é que é brega. Mas o dia passou e as coisas foram se separando e as coisas estavam indo pra seu devido lugar. Daí é que eu percebi que além de se deparar com lembranças, o quarto também e o meu porto de saudades.

     Engoli em seco as lembranças quando fechei as gavetas. E você deve se perguntar o porquê disso, não é? É que além das tranqueiras e fotos velhas que não tinham mais valor, eu jogava fora coisas que um dia foram importantes. Ou que ainda eram importantes e necessárias. E isso tudo me fez pensar naquele velho papo de que a gente precisa descartar o excesso, o que não nos serve mais, o que não é necessário pra ser feliz. E se uma caixa daquela me fizesse feliz ainda por algum motivo bobo? Uma caixa cheia de bonecas poderia servir de decoração em um novo lar ou algo do tipo. Mas é que a gente tem que deixar ir. Todo novo ciclo pede uma entrada e uma renúncia. E a gente renuncia todo dia, toda hora, todo momento. Não só para ciclos longos, mas pra quando a gente acorda e vai dormir. A gente abre mão do sofá porque tem que ir estudar e da TV à noite porque o corpo pede calma. A gente renuncia o mundo com carinho porque sabe que cada gaveta que vai embora é, no mínimo, um aprendizado. Ou uma saudade gostosa da gente mesmo. E daí, você sente uma nostalgia gigante, que o seu quarto oferecia e se pergunta se a bagunça inconsciente que se acumula dia após dia não é uma vontade nossa, bem sincera e honesta, de nos obrigar a abrir as portas, as gavetas e analisar a vida de vez em quando. As histórias vão, mas a gente fica. Fica mais forte e mais nostálgico. Mais saudosa e mais notável também. As histórias vão embora, mas isso tudo fica.


 Texto adaptado:Daniel Oliveira